Antes de tudo: recadinhos
Chegando atrasado (ou queimando a largada)
Geralmente, começamos o ano com novos projetos, novas esperanças, e uma vontade de fazer o que a gente deixou de fazer no ano passado. Seguindo essa lógica, eu deveria ter lançado essa newsletter no primeiro mês do ano, e não no segundo. Felizmente saí na vantagem de nascer brasileiro, e aqui o ano só começa depois do carnaval. Assim, de certa forma, não estou atrasado, mas um mês adiantado. Queimando a largada.
Mas do que se trata?
Eu nunca consegui (ou me interessei por) manter um diário, mas queria escrever todo dia. Então, ano passado eu fiz um experimento: cortei um caderno do tamanho de um cartão, com páginas tão pequenas que eu não teria preguiça de escrever. Decidi que, em cada página, escreveria só uma coisa que aconteceu no meu dia. Isso me forçou a pensar no que é mais especial dentre os acontecimentos, pensamentos, ideias e sentimentos que passaram por mim durante aquelas 24 horas. Comecei a me sentir mais consciente do que eu fazia, minha memória melhorou, e percebi que nem sempre eu dava atenção suficiente para as coisas que, no final do dia, eu iria querer me lembrar. Essa newsletter é a minha tentativa de relatar um pouco dos meus pensamentos, registrar a minha experiência com esse diário, e, com esperança, compartilhar essa experiência com quem estiver disposto a participar.
Como participar?
Eu quero muito que você, que está lendo, participe disso comigo. Junto a esse email, vou colocar um PDF com um modelo do diário, para você imprimir, recortar e amarrar. Se não souber como fazer, não se preocupe: vou mostrar como eu faço no meu instagram, até o final do mês. Se você não quiser ou não puder imprimir, não tem problema. Faça com uma folha a4 dividida em 9 partes ou um bloquinho pequeno dividido em 2. O importante é que tenha um espaço para cada dia, e que não seja um espaço grande demais, para te encorajar a escrever só o mais importante. O que eu quero é que vocês escrevam a coisa mais importante do dia de vocês, todos os dias, e no final do mês releiam, para saber o que vocês mais valorizam. Isso mudou muito a minha percepção de mim mesmo, juro, e espero que mude a sua também.
E o que mais?
Nas próximas edições dessa newsletter, espero ser mais sucinto. Afinal, se estamos falando de um diário tão pequenininho, também não quero tomar espaço demais na caixa de email de vocês. O que quero trazer aqui, uma vez por mês, ao final de cada mês, são pensamentos sobre o próximo mês, e um pouquinho do que se passou. Também, uma janelinha nos meus segredos: uma página do meu diário pessoal.
Fevereiro
Meus pensamentos sobre o que virá
Se for verdade que Deus é brasileiro, ele poderá ser encontrado no carnaval, dançando entre tantas divindades, entidades, espíritos e forças da natureza - todos indistinguíveis de foliões comuns.
Não espero deste carnaval nada menos que uma explosão catártica de sabores e amores que ofusque quaisquer outros acontecimentos desta década. E ano que vem, tudo de novo.
O carnaval é a memória da vitória na luta humana contra as máquinas: uma vez por ano, ocupamos a passagem dos carros e (nos) lembramos que ainda sabemos andar sem eles. No carnaval vemos gente de todo tipo, sem algoritmo para separar o agradável do desagradável.
O ano só começa depois do carnaval - mas se você pensar bem, todo dia é depois de algum carnaval. Portanto, o ano pode começar a qualquer dia. E depois do ano novo, já vamos organizando o próximo carnaval.
Um pouquinho sobre cores: que aqueles idiotas levem a camisa da CBF e a bandeira nacional que tanto tentam roubar para si, não me importo. Mas o amarelo e o verde são bonitos demais para essas pessoas cinzas. Não vamos deixar as cores irem embora junto, por favor. O verde das folhas é minha cor preferida e não vou abrir mão dele não.
Para as pessoas que colorem meu mundo, obrigado.